Poupança registra saldo positivo em setembro e bate recorde!
O Banco Central informou, nesta terça – feira (6/10/2020), que os depósitos na caderneta de poupança superaram os saquem em R$13,228 bilhões, o que representa uma alta de 51% em comparação com o mesmo período no ano passado.
Na prática, isso quer dizer que mais pessoas depositaram seu dinheiro na caderneta de poupança e menos fizeram retiradas.
Esse movimento levou o estoque, nome dado ao saldo total em contas, a superar a marca de R$ 1,001 trilhão. O resultado de setembro bateu o recorde para o mês desde o início da série histórica, iniciada em 1994.
No acumulado do ano, o ingresso líquido de recursos na poupança chegou a R$ 137,211 bilhões, também recorde para o período. De janeiro a setembro do ano passado, houve saída de 6,063 bilhões de reais.

Quais os motivos para o saldo positivo da poupança?
Podemos considerar dois motivos para o bom resultado:
- O principal é o pagamento de benefícios do Estado. Desde o início dos pagamentos do auxílio emergencial para trabalhadores autônomos e desempregados, em abril, a poupança tem batido recordes de captação. Isso porque parte dos benefícios está sendo depositado diretamente nas contas dos beneficiários e, muitos, tem aproveitado para guardar. A previsão é de que, até dezembro, sejam injetados 321,8 bilhões de reais na economia com o auxílio.
- O outro foi a turbulência da bolsa de valores nos meses de janeiro, fevereiro e março, chegando a decretar circuit breaker – paralisação de operações por tempo determinado – 6 vezes em apenas um mês, e as oscilações do Tesouro Direito. Tornando assim, a Poupança o investimento considerado popularmente como o mais seguro, mesmo com baixos índices de rendimento.
Quais os rendimentos da conta poupança?
Vale ressaltar que o termo “resultado positivo da poupança” não se refere ao quanto ela rendeu ao usuário e sim a quantidade de dinheiro alocado na caderneta na contagem geral do Banco Central.
Atualmente a poupança tem rendimento de 70% da Taxa Selic (taxa de juros básicos da economia) e isso atraiu mais recursos. Porém, considerando os números, ela gera retorno igual ou menor que a inflação.
Ainda assim, para muitos, a poupança é a forma mais segura de guardar dinheiro, mesmo com as recentes reduções na taxa.
Segundo o Banco Central, nos últimos 12 meses, considerando a contagem de setembro a setembro, a aplicação rendeu 2,67%.
De acordo com o boletim Focus, pesquisa com instituições financeiras divulgada pelo Banco Central, a inflação oficial esperada é de 2,12% levado em conta o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Sendo assim, com a atual fórmula, a poupança renderia 1,4% este ano, caso a Selic de 2% ao ano estivesse em vigor desde o início do ano. No entanto, como a taxa foi sendo reduzida ao longo dos últimos meses, o rendimento acumulado será um pouco maior.
Lembrando que o IPCA cheio será divulgado no próximo dia 9, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Histórico de saques e depósitos em contas poupança
Até o ano de 2014, os Brasileiros depositavam mais dinheiro na poupança do que faziam saques. Isso porque, até aquele ano, o rendimento da poupança era consideravelmente alto. Naquele ano, as captações liquidas chegaram a R$ 24 bilhões.
Mas, com o início da recessão econômica em 2015, o volume de retiradas passo a ser maior, motivado pela queda da renda geral do trabalhador e principalmente pelo desemprego. Grande parte desse dinheiro foi destinado para o pagamento de dívidas.
Só em 2015, cerca de R$ 53,57 bilhões de reais foram sacadas das cadernetas de poupança. Essa foi a maior retirada líquida da história. Já em 2016, os saques novamente superaram os depósitos em R$ 40, 7 bilhões.
Em 2017, a situação começou a inverter, fazendo com que o número de depósitos voltasse a ficar maior do que o de saques. Porém, ainda em números baixos, considerando a média histórica.
Os anos subsequentes mantiveram o movimento positivo, porém, 2020 tem sido o ano que mais registra recordes. Desde o mês de abril, a poupança tem registrado resultados positivos.
É importante ressaltar que o acompanhamento das retiradas e depósitos na poupança contribui para o mapeamento de comportamento do consumir e ajuda a determinar novas formas de movimentar a economia.
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